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Exílio de espíritos para a Terra


O Exílio

(extraído do livro Paraísos Perdidos - A Saga dos Exilados)


No infinito Universo criado por Deus, o Supremo Arquiteto, encontram-se nebulosas, galáxias e constelações repletas de incontáveis estrelas radiantes e planetas que são observados no firmamento pontilhado de luzes e brilhos. Um espetáculo grandioso, miríade de mundos e energias poderosas que somente a Divina Sabedoria do Altíssimo poderia ter criado.


Nesse vasto Universo encontra-se, mergulhada em sua imensidão, uma constelação em especial, denominada por alguns estudiosos de Aurigae, por outros como Cocheiro e, em seu bojo, levita uma grande e brilhante estrela de primeira grandeza batizada por astrônomos terrenos como Cabra ou Capela, mas de nome sideral Alpha Urigae. Ela é equilibrada gravitacionalmente por outra estrela um pouco menor, sua gêmea — Axtlan, constituindo um complexo sistema de duas grandes e brilhantes estrelas amarelas, em órbitas altas. No entorno das duas estrelas há mais duas outras estrelas anãs vermelhas e cinco luas, em órbita baixa, aprisionadas pela gravidade das duas grandes estrelas amarelas que formam o complexo gasoso daquele intrincado sistema estelar, em adiantado grau de desenvolvimento tecnológico e de espiritualidade.


Capela ascendia ao patamar de orbe em avançado estágio evolutivo, no entanto, em meio à parcela significativa de sua humanidade com adiantado progresso moral e espiritual, havia uma minoria em grave atraso que obstaculizava a evolução dos demais habitantes do planeta. Eram chamados de rebelados por não terem se adequado ao sistema de vida vigente e moralizado.

Apresentavam atitudes e comportamentos desajustados e mantinham uma baixa frequência vibratória que contaminava os demais habitantes daquela humanidade e a psicosfera daquele mundo.


Durante um longo período, a humanidade de Capela foi dividida, pela guerra, em dois grupos antagônicos: um deles, apelidado de Xelegs — sinônimo de mansos, formado por seres pacíficos, sintonizados com o bem, desejosos de paz e que ansiavam por fraternidade e melhorias para a sociedade como um todo e outro, rival dos Xelegs, de ânsia belicosa, comportamentos desajustados sintonizados e animados pelas mais baixas paixões, vícios, busca do prazer desmesurado, egoísmo, orgulho, arrogância e que se considerarem melhores que os rivais, alimentando uma ardente vontade de se sobrepor aos demais pelo poder opressor inerente às suas atitudes e gestos. Esse grupo se autodenominava Ameleques — os que têm ânimo de guerra — e, entre eles havia, ainda, uma franca disputa de poder que os tornava antagonistas ferozes de si próprios. Essa atitude desrespeitosa levou-os à guerra, inicialmente entre as facções opositoras internas e, num segundo momento, eles se voltaram contra os Xelegs, declarando guerra tanto no plano físico - encarnados, como no espiritual - desencarnados.


Muito embora os grupos rivais guardassem diferenças marcantes e significativas, passaram a se unir para combater a política de amor, de justiça e de perdão implantada pelo Cristo sideral em Capela, política essa já assimilada pelos Xelegs. Os Ameleques se empenhavam na desconstrução da sociedade, no rompimento dos laços de família dos Xelegs, na corrupção dos costumes, na inversão dos valores morais, na corrupção dos sistemas de governo instituídos, na inserção de vícios na juventude, na prática de roubos, nos desvios de toda ordem e, principalmente, infundindo um sentimento de terror e insegurança profundos, por intermédio de conflitos armados, ataques para destruição de ambientes públicos, biomas e perturbações generalizadas, com o nítido objetivo de desestabilização e caos nos dois planos da vida.


Todos os limites de tolerância e empenho na reversão da situação foram ultrapassados quando os revoltados Ameleques esboçaram um tenebroso planejamento de destruição e aniquilação total do sistema vigente, através do uso de armamento termonuclear e posterior implantação de um novo regime trevoso. Diante da necessidade imperiosa de continuidade evolutiva dos habitantes daquele planeta, estabelecida pela sábia lei natural Divina do progresso, as Comunidades Espirituais Diretoras do Cosmo receberam diretrizes precisas e perfeitas para que iniciassem os preparativos de implementação dos planejamentos de separação e transmigração de espíritos. A partir daquela determinação Suprema, eles focaram no afastamento da minoria rebelde Ameleque, por meio do seu exílio para um mundo mais adequado e compatível com o nível de desenvolvimento espiritual em que viviam.


Depois de analisadas as opções, a Terra foi o planeta escolhido por suas semelhanças e compatibilidades planetárias com o mundo de origem dos expatriados. A Terra deveria recebê-los para uma nova etapa de aprendizagem, trabalho e retomada do processo evolutivo que fora estagnado por rebeldia. A distância entre os dois orbes irmãos não constituiu obstáculo para que a deliberação de transmigração expedida pela espiritualidade superior fosse cumprida, e ambos foram unidos naquele momento histórico pelos vínculos inquebrantáveis do intercâmbio de seus filhos. A história e a trajetória de vida dos dois planetas ficariam, desde então, intimamente atreladas pelo fato de se unirem para um esforço conjunto de reeducação.


Seriam retirados de Capela e enviados para a Terra alguns milhões de espíritos rebeldes, com mentalidade enraizada no crime, nos vícios, na degeneração dos comportamentos, das atitudes equivocadas perante a vida, portadores de frequências de pensamento baixíssimas que dificultavam o progresso e a evolução de muitos outros irmãos seus que já haviam conquistado virtudes e se esforçavam para consolidá-las em seu íntimo.


Os exilados partiriam de sua casa planetária e todos os rebeldes, sem exceção, posto que não há privilégios na justiça divina, seriam convocados pelo Cristo ao esforço de autoconhecimento e reeducação espiritual em um novo ambiente primitivo e hostil, uma nova escola da vida, a fim de aprenderem a realizar pelo amor ou por meio da dor e do suor de seus rostos, os penosos trabalhos de edificação das conquistas do coração e, simultaneamente, ajudar a impulsionar o crescimento de seus irmãos inferiores e ignorantes, nativos do novo mundo. As levas de expatriados — os caídos, eram numerosas, e diversos agrupamentos foram espalhados em áreas diferentes ao redor do globo terrestre.


No transcurso dos anos, os diferentes grupos foram se reunindo, associando forças e se aproximando por afinidades e costumes adquiridos no período em que viviam em Capela. As reminiscências impressas em suas memórias espirituais permitiu que formassem pequenas comunidades que cresceram e se transformaram, posteriormente, em quatro grande grupos: os Árias, pela reunião de povos do hemisfério norte, local que posteriormente seria chamado de Europa; a civilização do Egito, que se estabeleceu na porção nordeste do continente africano; o povo de Israel, que se fixou na região da Palestina, Oriente Médio; e as castas védicas, localizadas em regiões que depois se uniriam formando a Índia, com aglomerações humanas compostas pelos povos do sul da Ásia. Além desses grupos de caídos, outras duas civilizações de nativos terrestres se formaram: os de raça amarela, ancestrais dos chineses e mongóis, localizados na Ásia central e os de raça negra, forjadas nas terras áridas africanas.


[Trecho extraído da obra: PARAÍSOS PERDIDOS – A Saga dos Exilados, Capítulo 20, p. 123 a 126. Autor José Andrade Filho, pelo espírito Luiz. Editora do Conhecimento, 2019]


À venda no site da Editora do Conhecimento neste link.


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