A polêmica ainda subsiste: qual a melhor plataforma de leitura, o livro impresso, com toda a experiência que ele proporciona ao leitor, ou o livro eletrônico (e-reader), com sua comodidade e acesso quase ilimitado às obras?
Inicialmente, quando verificamos que um simples aparelho eletrônico pode armazenar dezenas de obras (livros, revistas, etc) e acessar os sites das livrarias virtuais para fazer o download de qualquer um dos mais de 150 mil títulos disponíveis no mercado, pensamos logo tratar-se de uma verdadeira revolução cultural e de costumes.
No entanto, precisaremos realizar uma análise cautelosa.
O processo de produção do papel não é nada ecológico (verde). Para se produzir a material do livro (papel), o processo industrial consome enormes quantidades de matéria prima (celulose), retirada da madeira (árvores de reflorestamento), gasta um grande volume de água, muita energia elétrica e utiliza diversos produtos químicos, que tratados ou não, acabam sempre contaminando e poluindo o meio ambiente.
Por outro lado, constatamos que a produção de um aparelho eletrônico também causa impacto ambiental. Há grandes gastos de energia envolvidos no processo, a utilização de vários produtos químicos altamente tóxicos e o emprego de materiais não recicláveis que demandam longo período para se degradarem ou, na melhor das hipóteses, um esforço grande para reciclá-lo.
Além disso, comparativamente, o livro impresso pode durar muito tempo, mesmo sem utilização imediata. Ele pode permanecer como uma memória permanente, que descarta meios auxiliares de armazenagem. Contrariamente, os aparelhos eletrônicos possuem uma duração média de cinco anos e um risco inerente e potencial de perda do conteúdo armazenado em sua memória que denominaremos volaticidade. Os aparelhos eletrônicos, ao final de sua curta vida útil, certamente irão requerer o emprego de outros meios auxiliares de armazenamento de dados para que as informações sejam preservadas, se o usuário assim o desejar.
Qual a melhor plataforma?
Aquela que satisfizer o gosto do leitor. Há espaço para ambas e ausência de estudos comparativos confiáveis sobre o tema. Uma não é melhor que a outra, são apenas diferentes. Cada uma, com suas características peculiares, será capaz de fornecer uma experiência única de leitura. Leitores eletrônicos (e-readers) e livros impressos deverão seguir juntos.
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